Nossa História

Estávamos todos na busca, entramos no fluxo do movimento mundial das Danças Circulares e começamos a dançar juntos.
Esse fluxo nos atraiu por meio de várias pessoas e nos conectou a muitas rodas. Fomos incluídos e nos incluímos nele.
Cada um de nós, foi entrando por um lugar diferente mas num tempo sincrônico.
Somos imensamente gratos a organização paraense Mana-Mani por ter iniciado em Belém a prática da roda aberta a comunidade e trazido as primeiras oficinas com focalizadores convidados.

Em 2007 um bom grupo de dançarinos, da Roda de Hera e de educadores, servidores públicos que praticavam as danças circulares em ações governamentais por uma Cultura de Paz, desenhou o projeto do Instituto Ocara, depois de muitas conversas. Pensava-se nele como uma organização não-governamental. Um lugar onde as artes fossem a via de acesso a beleza do humano, na construção da educação relacional.

A complexidade de demandas para formalizá-lo institucionalmente, os altos custos financeiros destas inúmeras providências, a escassez de tempo dos interessados, todos profissionais com atividades cotidianas muito absorventes, foi adiando a conclusão desses encaminhamentos.
Até que descobrimos que, por não termos interesses financeiros, para continuar dançando com a comunidade não precisaríamos tornar o simples tão complexo. Percebemos que não era necessário realizar com urgência a institucionalização pois nos mantínhamos trabalhando e realizando mesmo sem ela.

Necessitávamos sim exercitar nossa capacidade para articular parcerias, para estabelecer trocas, para mobilizar pessoas. O que tornou o trabalho um imenso prazer.
Nossas ações são abertas à comunidade sem ônus financeiro para o público.

As Oficinas, que geram despesas, tem os custos financeiros rateados pelos participantes e o pequeno saldo é canalizado para a sustentação do movimento, com prestação de contas. Temos todos os equipamentos necessários para a realização das rodas abertas, além das condições para que estes eventos tornem-se acessíveis aos que tem recursos financeiros ou não, em função desta forma de gerir.



Nessa caminhada, muitos do grupo original tomaram outros rumos, por belos motivos certamente. A eles somos eternamente gratos pois seu impulso inicial foi determinante para tudo de bom que acontece até hoje. Muitos ainda dançam. Outros ainda apoiam de outras formas.

E ficou um núcleo que permanece até hoje. Sempre aberto aos que chegam e se agregam pela afinidade de propósitos.
Alguns de nós tem laços de parentesco. Outros tem vínculos de antiga e profunda amizade, resultantes de experiências de trabalho institucionais anteriores.

Todos temos uma vida profissional paralela e realizamos este trabalho voluntariamente.
Nossa gestão é realizada virtualmente, o que resulta que nos encontros presenciais prioritariamente dançemos.
Para facilitar a gestão nos comunicamos sempre que necessário.

Não temos cargos. Temos tarefas a cumprir cotidianamente, na hora em que podemos e como podemos. Elas são assumidas conforme a vocação e o desejo de cada um.

Pessoas de outros lugares nos escrevem querendo conhecer a “instituição”, em função da beleza dos lugares que aparecem nas fotos postadas na página do Facebook.
Temos apenas um espaço administrativo, dentro de nossos espaços de atividade profissional.

Nossa Ocara, o grande espaço dos encontros, é qualquer lugar público que nos acolha. Um lugar onde caiba a inteireza e a espontaneidade das pessoas, independente de suas escolhas, tendências, semelhanças e diferenças. Um lugar plural onde todas as singularidades podem ser acolhidas com o respeito que merecem as expressões de vida.

Aqueles lugares maravilhosos onde dançamos, junto com os grupos parceiros do Espaço Ananda e da Roda de Hera (Espaço São José Liberto, Estação das Docas e Hangar) são espaços públicos cedidos, cujos gestores tem a consciência de que são espaços-cidadãos e se colocam como aliados pela construção de uma Cultura de Paz.



Assim seguiremos. Como e por onde o fluxo determinar.

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