segunda-feira, 11 de maio de 2015

Por que escolhemos as Danças Circulares para nossas celebrações?


Nossos antepassados tupi-guaranis chamavam Ocara a praça central de sua aldeia.
Esse era o local do encontro. Um espaço onde cabia a dignidade de todas as pessoas. O lugar onde se realizavam os rituais de integração da comunidade, onde viviam momentos de decisão e celebravam seus momentos importantes.
Sim! Houve um tempo em que, para nos proteger e proteger a integridade do coletivo, o espírito comunitário vibrava com força entre nós humanos. Sentíamos que sem essa conexão com os outros ficávamos muito vulneráveis e as práticas cooperativas eram nutridas cotidianamente para selar essa liga.
Em tempos assim, muitos povos da Terra dançavam juntos, em roda, celebrando as passagens da vida e os ciclos da natureza: nascimento, casamento, morte, o trabalho na semeadura, na colheita, a pescaria...Dançavam as mudanças de estação. Dançavam em momentos de alegria, de tristeza, de gratidão, de amor e também de medo.



Ao longo da história humana, em nossas buscas de desenvolvimento, viemos nos distanciado muito um dos outros. Atingimos progressos em muitas áreas mas, enfraquecemos nossos laços comunitários.
Chegamos ao ponto em que viver com os outros tornou-se tenso e assustador. Em que a competição predatória entre humanos coloca em risco a vida, a cada instante.
Mas cremos em nós, pessoas humanas e em nossas infinitas possibilidades para recomeçar.
Por isso buscamos alternativas.
Como muitas outras pessoas, temos ansiado por viver dias melhores, junto com os outros. Sentimos a ardente necessidade de conviver num mundo onde toda a vida seja valorizada e todos possam ser vistos como dignos de respeito, pelo simples fato de ser humanos.
Por acreditar na capacidade humana de contribuir para um mundo mais acolhedor para todos os seres, nos tornamos atentos para as possibilidades que nos indicassem o como chegar aí.
Muitos caminhos se apresentam nesse sentido mas, nosso desejo era encontrar um em que juntos pudéssemos tornar a beleza humana tangível e ao mesmo tempo, que funcionasse como circunstância silenciosa para desenvolver auto-observação, exercitar nossas competências relacionais e assim promover o desabrochar de nosso melhor.

Nesta busca descobrimos a Dança Circular dos Povos.
Foi dançando na roda que sonhamos viver uma Ocara.